Realizou-se no passado dia 6 de Novembro, na Escola Superior de Educação de Coimbra, (auditório A1), a 2ª Conferência do GT de Publicidade da SOPCOM, focada na discussão do politicamente correcto na publicidade portuguesa. O debate contou novamente com a valiosa presença e participação de representantes da Indústria, das Agências de Publicidade, da Academia, e das Marcas numa discussão alargada. O painel contou com Paulo Pinto (Professor IPV), Mário Mandacaru (Partner e Director Criativo A Equipa), Gonçalo Santos (Director Criativo Opal) e Andreia Agostinho (Directora Marketing Frutorra) e teve a moderação do professor Alexandfre duarte da FCSH/Universidade Nova de Lisboa. Aqui fica o registo para memória futura: https://www.youtube.com/live/UhtaIeuC0ZE
A piada foi de extremo mau gosto, uma vez que, em termos de transsexualidade, equipara o órgão sexual de uma mulher trans a uma minhoca, dentro de uma castanha, o que é visto como algo nojento. Creio que não há sequer como debater a intenção da Control ao fazer este post.
ResponderEliminarAcredito que, com base no que é habitualmente apresentado pela marca, o intuito do post era apenas fazer um trocadilho com a altura do ano e o conteúdo que é apresentado pela Control. Penso que não foi a sua intenção ferir a integridade de ninguém, até porque já cabe a cada um a interpretação que faz do mesmo. No entanto, ao aperceber-se de que a sua publicação não teve o efeito pretendido, soube responder corretamente. Nos tempos que correm, existe sempre o risco de passar a linha e magoar a consciência das pessoas e este é um processo de aprendizagem constante de tentar respeitar toda a gente. A Control pode ver esta situação apenas como um processo de consciencialização para com as características de determinados grupos sociais, aprendendo novas formas de fazer o seu conteúdo divertido para todos.
EliminarA piada feita pela Control penso não ter sido no sentido entendido pela maioria das pessoas, ou seja, não foi feita com o intuito de ofender qualquer tipo de grupo social, neste caso as pessoas transgénero, mas sim e como as suas outras publicações aproveitar o momento da atualidade para cativar o interesse do seu público e publicitar os seus produtos. No entanto, percebo como pode ser visto de forma ofensiva, tocando num assunto sensível a muitos, o qual deveria ser evitado por uma marca tão conhecida visto a sua possível conotação menos positiva. Neste sentido apesar de ter sido uma publicação evitada, penso não ter sido com um intuito negativo.
ResponderEliminarPessoalmente não interpretei a piada como algo ofensivo aos transsexuais. De primeira nem entendi qual era o suposto “duplo sentido” que estava implícito. Acho que todos os anúncios da Control são provocatórios e gozam com algum público, por isso não vejo esse post como um ataque direcionado a nenhum grupo.
ResponderEliminarFaço das minhas palavras as tuas.
EliminarPenso que a Publicidade em si, neste caso, tem um papel meramente acessório: o que está verdadeiramente aqui em causa é a cultura woke e a "ditadura do politicamente correto" que dela advém, e sendo a sua predominância cada vez maior na nossa sociedade, é interessante ver como as marcas se movimentam neste ambiente. Neste caso, penso que é importante ter em consideração o contexto quando discutimos os limites (ou não) do humor e da publicidade. Por exemplo, se eu ouvir uma piada na rua dirigida a um segmento em que me insiro, poderá ofender-me; mas se eu ouvir a mesma piada num evento de stand-up comedy, à partida não me irá afetar porque eu já sabia ao que ia - e se lá fui, é porque, à partida, gosto desse tipo de humor. A situação da Control é parecida: se verificarmos, todos os seus posts, sem exceção, são provocativos e em certa medida, polémicos. Eu sigo a página da Control precisamente porque gosto da sua irreverência e do seu descaramento, quase como que um study case, ainda que tenha noção que poderei ser a próxima vítima do seu humor. E a piada da castanha não foi, de todo, anormal tendo em consideração a postura da marca. Pelo contrário, vai completamente ao encontro da sua personalidade, tendo o mesmo teor das restantes publicações (embora definitivamente mais polémica). Por outro lado, seria interessante analisar aqui o "efeito Streisand", que já verificámos no caso Prozis, em que a censura gerou mais engagement. Creio que muita gente que nunca tenha ouvido falar da Control, teve agora conhecimento da marca. Tendo em conta todos estes aspetos, eu pessoalmente penso que a marca fez mal em retirar a publicação. Acho que não faz mal em ser-se irreverente, polémico e descarado, fora da caixa e diferente da "mesmice" que vemos todos os dias (eu aprecio este tipo de conteúdo mas, lá está, é altamente subjetivo). Contudo, face ao impacto negativo que a publicação teve, é de louvar a postura humilde da marca e o seu pedido de desculpas.
ResponderEliminarPessoalmente, quando vi o post não entendi a polémica, e creio que não fui a única. Só depois de ser apontada a relação do post com a comunidade LGBTQIA+, é que entendi a interpretação que muitos fizeram. Contudo este post não desvia da linguagem, tom e imagem que a Control apresenta nas redes sociais, sendo por isso que não acredito que este post ou qualquer um dos outros reflita a intenção de ofender ou humilhar um grupo em específico. Assim na minha opinião, o post não passa de uma tentativa falhada de humor, contudo visto que não houve intenção de ofender, creio que as reações dos que se sentiram ofendidos foram exageradas, visto que os posts da Control grande parte das vezes não seguem o politicamente correto e não é algo que deviam esperar.
ResponderEliminarDiscordo totalmente com o retirar da publicação, defendendo que cada vez mais as pessoas se afetam com tudo à sua volta (não só assuntos de género e sexo) e que retirar significa dar força a tais exageros. Ainda assim, tendo em conta a compreensão da marca da Control, o comunicado lançado foi bastante bom, e relaciona-se totalmente com a personalidade da marca.
ResponderEliminarNão consegui interpretar o post de outra forma que não seja sobre transexualidade. O início da frase "o pior é quando...", ao meu ver, demonstra a ideia de desconforto com a situação. Portanto acredito não ter sido a melhor ideia de post.
ResponderEliminarComo uma pessoa que acompanha os posts da marca, penso que os limites do humor não foram ultrapassados. Até me dizerem que se tratava de algo ofensivo para a comunidade transsexual não o tinha percebido e muito menos interpretado como tal. Da mesma forma que sempre fizeram piadas que poderiam ofender parte da população, esta não passa de mais uma. Creio que se trata da identidade da marca que nunca seguiu o politicamente correto e, como já vi a ser referido, não devia ser esperado que seguissem.
ResponderEliminarQuando primeiro contactei com o post que continha a "piada", não o interpretei da mesma forma que as pessoas que foram suas criticas interpretaram. No entanto, verificando as observações realizadas pelo público, acho legítimo que o post se tenha revelado como uma espécie de "ataque" a um certo grupo, pelo que considero que a Control tomou a posição adequada ao eliminar o post e vir retratar-se. No entanto, não concordo com um pormenor presente nesse retratamento: o "Love u" final. Acho que foi um remate final que saiu completamente da trajetória esperada. O "Love u" e o emoji tiram, a meu ver, toda a credibilidade que a mensagem anterior poderia conter. Assim, concordo com a atitude da Control, discordando em simultâneo da forma como se vieram retratar.
ResponderEliminarTendo em conta a personalidade da marca e os posts que eles habitualmente publicam percebemos que, o conteúdo que eles produzem é sempre dentro do mesmo estilo. Usam o humor e correm sempre o risco de ofender pessoas que se identifiquem com as palavras escritas no post. As pessoas são livres de se sentirem ofendidas e de expor a sua opinião, no entanto, não concordo que a marca deveria eliminar o post.
ResponderEliminarA Control, como sabemos e conseguimos facilmente identificar através das suas publicações nas redes sociais, tem por base um tipo de post e de abordagem direcionada ao humor, aproximando-se do consumidor nesse sentido. Este foi mais um exemplo, ou pelo menos uma tentativa disso. Creio que o post não foi de muito bom tom, relativamente aos termos utilizados. No entanto, cada qual tem a sua interpretação, e na minha experiência, ao ver pela primeira vez a publicação, não a interpretei com a conotação negativa que levou ao retirar da mesma. Mais uma vez entra aqui a dimensão dos limites do humor, tão discutidos e diferentemente interpretados de pessoa para pessoa… Não sei se retirar o post foi a melhor decisão a tomar, visto que a Control está num patamar onde se reflete por esta dimensão humorística, e aqui deu um passo atrás. Por fim, queria apenas referir que gostei da forma como se pronunciaram acerca da situação, pois manteram uma postura de respeito e compreensão com o próximo.
ResponderEliminarNo mundo onde centenas de pessoas são assassinadas por serem visivelmente transgénero e onde transicionar continua a ser uma prática criminalizada em diversos países, estes tipos de comentários revelam ou uma completa ignorância da realidade social vivida diariamente por milhares pessoas ou uma total desvalorização destas situações. A Control é uma empresa conhecida pelos seus anúncios oiginais mas que, na nossa opinião, se revelam impulsivos. Também não conseguimos discernir com clareza a intenção inicial da marca com o anúncio se não transfobia pura e dura e discurso fracassado e odioso. Qualquer que tenha sido a intenção ao lançar este post, deveria ter sido alvo de relexão antes de ofender minorias por ter "graça para muitos". E um press release de esclarecimento como este não comunica arrependimento tão claramente quanto devia, apenas um desculpar por ter tido uma reação pública negativa.
ResponderEliminarComo já aqui foi referido, o trocadilho pode ter uma infinidade de interpretações e nem todas estão relacionadas com a transexualidade. Em todo o caso, poderia concordar contigo se a frase em questão tivesse sido dita por uma figura pública relevante, ou por uma marca "séria", ou até mesmo por uma marca que, não sendo séria, tenha uma grande influência no panorama nacional (ou internacional) e por isso uma maior responsabilidade social. Não é o caso da Control. A Control é uma marca que não se leva a sério nem espera ser levada a sério, e por isso parece-me que lhe estão a dar uma importância desproporcional. Não acredito que tenha havido qualquer intenção negativa subjacente àquele post, mas sim, como tem sido o modus operandi da marca, apenas o objetivo de gerar interação.
EliminarA Frutorra já respondeu: https://www.instagram.com/p/DCT2sNHsa-b/
ResponderEliminarConsidero que a control não elaborou este post com o intuito de ofender um determinado grupo social tendo em conta o tipo de conteúdo disponibilizado pela marca. Contudo, entendo que possa ter ferido a suscetibilidade de algumas pessoas referindo-se, indiretamente, a este tema que além de complexo é também sensível na atualidade. Apesar de tudo, a control teve o cuidado e a atenção de apagar esse mesmo post e pediu desculpa a todos os que se sentiram desrespeitados de uma maneira adequada, tendo assim lidado bem com a situação. Talvez daqui em diante a marca tenha mais atenção ao tipo de linguagem que usa nas suas publicações nas redes sociais e ao modo como recorre ao humor.
ResponderEliminarAo olhar uma primeira vez para o post não me apercebi que poderia existir qualquer tipo de intenção discriminatória por detrás do mesmo. Achei uma certa a graça ao trocadilho feito que pode ter uma infinidade de interpretações.
ResponderEliminarAcho que, de forma a conseguirmos fazer uma crítica adequada a este post em particular, é fundamental ter em conta o trabalho que costuma ser feito pela marca. A página deles é somente constituída por posts provocatórios que podem sempre ferir alguns egos mais sensíveis. Acho que se tivermos isso em conta, não faz muito sentido toda esta conotação negativa associada ao trocadilho.
Por fim, acho que, no caso de a primeira interpretação ter sido relacionada com a transexualidade, até pode ser uma forma inteligente de trazer um assunto que é de extrema importância, para cima da mesa sem tabus, e através de uma ferramenta muito poderosa: o humor.